PROJETO DE UM ELEVADOR ESPACIAL LIGANDO A TERRA AO ESPAÇO.
A empreiteira japonesa Obayashi, famosa no Japão por entre outras coisas por ter construído a torre Tokyo Sky Tree de 634 metros, tem planos de construção de um elevador espacial. A ideia é antiga e mexe com o imaginário do homem já a algum tempo.
Em 1895 o cientista russo Konstantin Tsiolkovsky imaginou uma torre partindo da Terra e alcançando um satélite a 35 mil quilômetros de altura. Mas, a ideia só passou a ser considerada realmente possível nos anos 90 com o surgimento dos nano tubos de carbono.
A ideia nascida no mundo científico se torna possível no imaginário mundo do autor Arthur Clarke, que utilizou o conceito de elevador espacial em algumas de suas obras. O conceito, porém, desde que nasceu perambula entre o fantástico reino da literatura, onde tudo pode se tornar possível, e a dura realidade do mundo das ciências, onde cálculos, fórmulas e experimentos em muitos casos não é o suficiente para se concretizar este sonho.
Segundo técnicos da empresa, o que parecia apenas uma fantasia até bem pouco tempo atrás, agora está prestes a se tornar tecnologicamente viável graças ao desenvolvimento da nanotecnologia.
A viabilidade do fascinante projeto tem sido alvo de vários estudos. A ideia aparentemente simples para substituir os foguetes chamou a atenção da Nasa, que vê nele um meio bem mais barato de enviar pessoas e cargas ao espaço.
O estudo promovido pela agência americana, para verificar a disponibilidade das tecnologias necessárias para a construção do projeto constatou que no momento a humanidade não dispõe de todo o conhecimento tecnológico que o elevador demanda. As simulações em computadores, porém não condenaram a ideia, pois não encontraram nenhuma dificuldade que o qualificasse como improvável para o futuro.
Várias das tecnologias que precisamos dominar para tornar mais próxima a sua realização ainda não estão disponíveis, mas já estão a caminho. Um dos problemas hoje seria a resistência dos materiais usados na confecção da estrutura. Um feixe de cabos que se estenderia universo a dentro por cerca de 100 mil quilômetros demandaria uma resistência incrível, pois se manteria teoricamente esticado pela força centrífuga.
Hoje não se conhecem materiais nas dimensões adequadas que suportem essa força, mas os defensores do elevador citam o desenvolvimento dos “nano tubos”, como a solução para esse problema num futuro próximo, que possibilitaria a formação de um cabo suficientemente forte e longo da Terra até o espaço.
Os nano tubos de carbono são o resultado de uma pesquisa do japonês Sumio Iijima. E em razão da extrema resistência desses minúsculos canos de carbono eles passaram a ser vistos como a solução plausível para a falta de resistência dos materiais de hoje.
Os nano tubos de carbono são estruturas cilíndricas muito resistentes e suportariam o peso e a distância necessária para a viagem espacial.
Contudo, os nano carbonos são de difícil produção, os maiores já produzidos não passam de alguns milímetros. No momento, ainda não se dispõe de tecnologia suficiente para criar cabos suficientemente longos. Atualmente só é possível fabricar nano tubos de carbono com o comprimento máximo de três centímetros, portanto, bem longe de se chegar ao comprimento exigido pelo projeto, sem falar em outras limitações ainda não resolvidas. Isso tem feito alguns cientistas afirmarem que hoje os nano tubos de carbonos não passam de uma promessa. Mas, por outro lado, pesquisas recentes dividem a opinião dos pesquisadores, resultado da experiência da combinação de nano tubos, os quais afirmam que o direcionamento das pesquisas neste sentido possibilitaria a produção dos nano tubos em dimensões apropriadas.
A resistência à tração desse material é quase cem vezes maior do que a do cabo de aço, segundo Yoji Ishikawa, diretor de pesquisas da Obayashi.
Mesmo com o avanço tecnológico atual ainda levaria algum tempo para o projeto ficar pronto.
Acredita-se que até 2030 a tecnologia necessária para isto já esteja disponível e o projeto possa ser concluído até 2050.
O elevador espacial funcionaria com uma base em terra e outra acoplada a uma estação espacial a ser construída. Carros robóticos com tração magnética iriam transportar cargas e pessoas por uma fração do custo dos atuais foguetes.
O que justifica este tipo de estudo é o atual custo da exploração espacial pelos métodos tradicionais. Pelas técnicas atuais, para se mandar um quilo de equipamento para o espaço são gastos cerca de US$ 22 mil. Com a tecnologia de um elevador espacial este custo poderia baixar para algo em torno de US$ 200. A Obayashi traça planos de construir um elevador espacial conectando a Terra a uma estação de pesquisas a 96 mil quilômetros de altitude.
Mas muitos outros duvidam que tal elevador espacial possa mesmo ser construído.
Os críticos alegam que o prazo longo do projeto é mais um motivo para se duvidar da viabilidade do elevador espacial.
Outra questão para os críticos do projeto apontado por que parte da comunidade científica é a grande dificuldade, capaz até de inviabilizar o projeto, da falta de estabilidade dos cabos. Uma das publicações científicas que teve a frente o Dr. Perek, afirma que as vibrações a que o cabo estaria sujeito seriam tão grandes que seria necessário colocar foguetes em vários pontos de sua extensão para estabilizá-lo.
Os entraves apresentados pelos cálculos do Dr. Perek, em seu trabalho ainda não são definitivos. As manifestações contrárias as suas teorias vem de muitos cientistas, os quais certamente publicarão artigos para defender suas posições em relação ao assunto.
Seja como for a empresa japonesa explica como seria o funcionamento do elevador. O mesmo teria uma capacidade para transportar até 30 pessoas de cada vez a uma velocidade em torno de 220 Km/h, chegando a uma estação espacial a 36 mil quilômetros de distância da Terra. Nesta velocidade até a distância de parada da primeira estação espacial, a viagem demoraria em torno de 7 dias para ser concluída.
Motores magnéticos seriam responsáveis por impulsionar o elevador através de um cabo fabricado com nano tubos de carbono. Na estação haveria um hotel espacial para acomodar os viajantes que ainda poderiam visitar as instalações e acompanhar os projetos em andamento. O projeto do elevador espacial tem previsão para ser construído em 2050.
O Elevador Espacial funcionaria da seguinte forma: – Você entraria em um elevador, selecionaria a estação espacial para onde desejaria ir e depois bastaria desfrutar da viagem até o seu destino final. Nos grandes edifícios das cidades de hoje isso não é novidade, fazemos esse sobe e desce várias vezes por dia para chegar aos nossos apartamentos, salas de escritórios e tantos outros lugares nos espaços empilhados pelos centros urbanos, mas o elevador mencionado aqui te levaria para muito além do último apartamento do seu prédio, ele chegaria ao espaço.
Estamos falando de um elevador diferente, uma gigantesca estrutura que serviria para se elevar cargas e pessoas até as estações espaciais, ou às enormes cápsulas, que funcionariam como apartamentos estacionados ao longo dos cabos que sustentariam a estrutura. Lá as pessoas poderiam passar férias, fazer tratamentos, trabalhar, ou se preferir poderiam até residir por lá definitivamente, mas fundamentalmente, serviria de plataforma de lançamento para viagens bem mais longas, onde economizaríamos muito ao partirmos de uma região do espaço onde a força gravitacional menor facilitaria o início das viagens.
Por enquanto dois fatos se apresentam de forma distinta: o primeiro é o de que elevador espacial é mesmo um projeto fascinante e que continuará desafiando a capacidade humana de realizá-lo por muitos anos, e por outro, a falta de consenso entre os estudiosos que nos permite olhar para o alto e continuar sonhando com o tempo em que para chegarmos ao céu, bastará entrar no elevador e apertar o botão.
Esse é o mundo ao qual se teria acesso através do “elevador espacial”. Na ficção ele já é realidade, e é assim que funcionará se a construção dele se tornar possível e viável, podendo até demorar muito para sair do papel, ou até mesmo, continuar sendo para sempre apenas uma ideia a ser explorada pela ficção científica.
Ficaremos ainda, por enquanto, apenas com as belas concepções artísticas do que o Elevador Espacial um dia poderá vir a se tornar uma das maiores obras tecnológicas construídas pelo homem.