CRONOLOGIA DA EVOLUÇÃO DO TRANSPORTE EM ALTURA.
IDADE ANTIGA
Os primeiros equipamentos que deram sentido ao que viriam a fazer parte dos elevadores de hoje em dia nada se pareciam com os mesmos. Os primeiros elevadores não foram equipamentos em si propriamente ditos, mas sim ferramentas rudimentares de elevação de cargas.
Iniciemos então com as primeiras informações de que se tem noticias sobre deslocamentos verticais ascendentes remontando à época do antigo Egito, por volta de 30 séculos A.C.
Entre os primeiros exemplos destes tipos de equipamentos podemos citar um que serviu para o transporte da água do rio para as terras mais altas, e se dava através da coleta de água por panelas de barro puxadas por cordas de cânhamo, fibra esta que ainda hoje é utilizada nas almas dos cabos de aço dos elevadores. Para estes tipos rudimentares de equipamentos, a força de tração era garantida por centenas de escravos que trabalharam puxando esses baldes.
O aperfeiçoamento deste invento pode ser visto nas rodas d’água que surgiram mais tarde.
E ainda, serviu de conceito para o que se conhece hoje em dia como Elevadores de Canecas, utilizado para o transporte de grãos, por exemplo.
Continuando nossa viagem pelo tempo, o início da terceira dinastia dos faraós do Egito (2788 A.C.) é marcado pela construção da primeira pirâmide de pedra conhecida. Acredita-se que as grandes pirâmides do Egito tenham sido erguidas com a ajuda de cordas e alavancas, embora hajam outras hipóteses à respeito da construção das mesmas.
A construção civil da época impulsionou o desenvolvimento tecnológico daquele período. A necessidade de elevação de objetos pesados fez com que se pensasse em meios para se realizar tal tarefa.
Na mesma época, por volta de 2700 A.C. primitivos aparelhos já eram utilizados pelos Sumérios na Mesopotâmia para a construção de templos e torres gigantescas chamadas Ziggourats, torres de pedra gigantescas. A mais conhecida delas aparece em uma descrição Bíblica, a Torre de Babel, que seria o maior dos Ziggourats construído.
Durante a IV dinastia do Egito, por volta de 2580 A.C., foram construídas as grandes pirâmides na Planície de Giza, nas quais datam marcas de ganchos do século VI A.C. indicando a utilização de equipamentos de elevação.
A partir daí, foram sendo feitas novas descobertas tecnológicas que foram gradativamente sendo incorporadas ao mesmo propiciando uma evolução contínua até o seu atual estado de desenvolvimento.
Heródoto, um geógrafo e historiador grego, considerado “o pai da história”, descreve em seus escritos um relato dos sacerdotes egípcios passado de geração para geração por mais de dois mil anos, contando de que forma que as pirâmides haviam sido construídas, conforme segue: – “era um sistema de andaimes em forma de degraus e máquinas feitas de pequenos pedaços de madeira”.
As construções continuavam a demandar novas formas de executar as tarefas, com mais facilidade e no menor tempo. Vários outros procedimentos foram se disseminando aqui e ali.
Em 1950 a.C. – no Egito – construiu-se o mais antigo obelisco de que se tem notícia. Estas obras continuavam demandando criatividade de seus construtores, tamanho era o peso e altura das construções.
1500 a.C. na Mesopotânia o uso de Roldanas é oficialmente documentado por gravações em tabuletas. No início não se tinha o conhecimento a respeito do sistema físico de transmissão de forças, de modo que ela era utilizada única e exclusivamente para fins de redução de atrito e direcionamento da força. Mais tarde passou-se a compreender melhor a propriedade de multiplicação de forças com o uso de mais de uma roldana.
Um outro exemplo disto aconteceu em 550 a.C., onde Nabucodonosor para presentear a esposa, construiu uma das sete maravilhas do mundo antigo: os jardins suspensos da Babilônia, e para isto, instalou um sistema de bombeamento das águas do rio Eufrates até o terraço dos jardins para irrigação das plantas.
Em 450 a.C., na Grécia, foram utilizados pela primeira vez componentes como a roldana, o guindaste, a grua e o cabrestante, componentes básicos necessários para a construção do elevador primitivo.
Aristóteles, filósofo grego, (384 à 322 a.C), aluno de Platão e professor de Alexandre o Grande, conta em seus livros, como os sistemas de roldanas e manivelas poderiam ser utilizados para transportar materiais pesados, porém sem informar a precisão do tamanho da carga e da distância que eram carregadas.
Em 300 a.C., Philon de Bizance descreveu vários sistemas elevatórios, entre eles um para apanhar água e transportá-la a longas distâncias através de baldes fixados a uma grande roda.
O que todas estas obras do período antigo tinham em comum com os elevadores de hoje em dia é o fato de todas elas necessitaram de equipamentos de elevação de cargas, o que fez com que surgissem os elementos tecnológicos básicos para a construção do elevador moderno.
No entanto, uma espécie rudimentar de elevador só surgiria entre os anos de 292 a.C. e 280 a.C., no interior de outra das sete maravilhas do mundo antigo: o Colosso de Rodes, estátua gigantesca de bronze de 35 m de altura do Deus do Sol Apolo, situada na embocadura do porto da lha de Rodes, no mar Egeu.
Em 236 a.C., Arquimedes (287a.C a 212a.C) em Siracusa desenvolveu um guindaste operado por polias e cordas que eram enroladas num tambor através de um cabrestante e alavancas, além de inventar o parafuso ou rosca sem fim, utilizado para elevação de água.
Em 200 a.C., a utilização de sistemas de engrenagens tornou-se uma realidade na China, Egito e Grécia
Cem anos depois, em 100 a.C., Heron de Alexandria listou cinco tipos de objetos utilizáveis para mover cargas; guincho, alavanca, polia, cunha e rosca-sem-fim.
Na mesma época, Vitrúvio criou o primeiro guincho manual, considerado o “primeiro elevador de cargas”. Esta foi a primeira vez que se fez menção ao que podemos chamar de “elevador”, que se tem registro, que data de 100 a.C.
Vitrúvio era um arquiteto e engenheiro romano que deixou como legado a obra “De Architectura”, único tratado europeu do período greco-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte de inspiração a diversos textos sobre Hidráulica, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, desde o Renascimento.
Com a expansão do Império Romano, várias tecnologias dos povos conquistados foram sendo incorporadas a Roma.
Desta época, foi encontrada uma imagem em alto relevo em uma tumba romana que data de 100 a.C. trazendo a mais antiga imagem de um guindaste movido a “moinho humano” que se conhece, e que funcionava num sistema de polias operado por cinco trabalhadores.
Na Roma antiga, o uso cotidiano de elevadores primitivos acabou por tornar-se relativamente comum entre os imperadores, que de maneira geral não dispensavam mordomias.
Nero em especial, no ano de 64 d.C, instalou um requintado elevador no palácio imperial. O elevador tinha como característica a tração feita por um cabo e a cabina guiada por entre 4 lances de guias, tinha uma altura significativa de 40 m, sendo assim não foram dispensados os cuidados necessários com a segurança, a cabina dispunha sob a mesma uma almofada de couro de 1 m de espessura para suavisar um eventual impacto, e as guias tinham um alinhamento cuniforme para frear a cabina em uma eventual queda acidental ou causada por um atentado.
Como a história de muitas invenções ao longo do tempo, muitas delas serviram tanto para o bem como para o mal. Um exemplo disto pode ser visto no ano 80 d.C., da era do imperador Tito, onde o anfiteatro do Coliseu de Roma utilizava 12 elevadores primitivos para o transporte de gladiadores até o nível da arena.
Os 12 elevadores eram movimentados por cabrestante acionado por escravos, utilizavam um conjunto de 32 contrapesos sincronizados entre si para permitir que os animais fossem liberados simultaneamente para arena, de modo a oferecer ao público um impacto maior quando o show começasse.
Idade Média
Enquanto na Europa o conhecimento de técnicas de içamento estagnou durante séculos até o início da Idade Média, e onde as engenhocas utilizadas eram similares às que construíram castelos e templos, no Oriente o desenvolvimento das técnicas mecânicas conhecia o seu auge.
No ano 100 d.C, o transporte vertical de cargas permitiu a construção em Gomdan, no Iêmen, do mais antigo castelo do mundo, com 20 andares.
No ano de 1000 d.C, o livro escrito por Al-Muradi “Book of Secrets” descrevia o uso de um dispositivo semelhante a um elevador que elevava uma grande aríete, instrumento de guerra destinado à destruição de fortalezas.
Registros antigos datando do ano de 1203 em uma abadia na costa francesa fazem referência à utilização de um jumento como força de tração, que caminhava ao redor de um tambor, fazendo-o girar, e consequentemente enrolando uma corda em um sistema de polias que erguia provisões para o consumo dos abades nos andares superiores.
Os avanços vão progredindo aos poucos com acréscimos de novos inventos como o sistema de pivô em guindastes e as travas de giro nos tambores onde eram enrolados os cabos de tração, evitando assim o movimento inverso do mesmo quando da suspensão da aplicação da força ao sistema.
Em 1400 são publicadas as invenções de Konrad Keiser como a do elevador eólico com fins militares.
No século XIV, em 1411 em Viena na Áustria, tem-se citações sobre o Teleférico, segundo referências e desenhos, foram utilizados sistemas de transporte por meio de cabos para o transporte de suprimentos e peças de artilharia. Em datas posteriores surgem relatos concretos de cabos feitos com fibra vegetal, utilizados pelos homens para passar grandes abismos, nos países montanhosos do leste asiático, nomeadamente na China, Japão e Índia.
IDADE MODERNA
Em 1472 a Máquina de Valtúrio de aplicação militar para acesso aos muros dos castelos lembra de certa forma alguns dos conceitos utilizados nas atuais esteiras rolantes.
Na Bélgica em 1475 já eram retratados os imponentes guindastes do Porto de Bruges.
Na Itália em 1500 Leonardo da Vinci já exercitava o método científico em seus inventos, aperfeiçoando a Grua, construindo-a com um cabrestante com freio dentado e com um conjunto de engrenagens, e contrabalanceava a massa com um contrapeso.
Em 1515, delineava-se o ancestral do atual elevador. O Papa Leão X que possuía dificuldades para locomover-se, instalou um equipamento na sua residência que ficaria conhecido como a “cadeira voadora”.
Em 1567 na Alemanha são utilizados elevadores manuais para o transporte de pessoas.
Obras civis continuavam a impulsionar o desenvolvimento das técnicas. Outro exemplo disto pode ser verificado no Obelisco da Praça São Pedro em Roma, na Itália, que data de 1568, cujo monumento tem 25 m de altura e pesa 33 toneladas, exigindo técnicas apuradas para a época quando da sua instalação. O trabalho envolveu 40 guindastes manejados por 800 homens e 140 cavalos durante um dia inteiro constituindo-se num dos maiores empreendimentos técnicos do Renascimento.
O conceito da necessidade de equipamentos de transporte vertical se consolidava e, em 1590 já se podia verificar o uso generalizado de elevadores para auxiliar na construção de prédios.
Em 1616 surge um trabalho de Fausto Veranzio em Veneza que entre outras coisas mostra a primeira ilustração de um sistema de transporte bicabo, aplicável ao transporte de pessoas.
Apesar de Fausto Veranzio de Veneza ter ilustrado o primeiro teleférico bicabo em 1616, a indústria de teleféricos na sua generalidade atribui os créditos ao Holandês Adam Wybe, pela montagem com sucesso do primeiro sistema operacional em 1644. A partir dessa altura, o desenvolvimento da tecnologia associada aos teleféricos foi liderada pelos europeus, particularmente pela Alemanha e pelos países alpinos, Áustria e Suíça; surgindo mais tarde na Itália e França.
No século XVII os protótipos de elevadores utilizados para a elevação de suprimentos e pessoas disseminavam-se em locais isolados no interior de palácios da Inglaterra e da França como castelos, monastérios e conventos.
No século XVIII, ocorriam mudanças importantes nos equipamentos de elevação. Exemplos disto podiam ser vistos em vários lugares, como por exemplo, no teatro, com a peça, Os Deuses do Olimpo, que faziam os artistas “descerem do céu” graças ao maquinário de elevação.
Na França, a influência considerável de Luís XVI no desenvolvimento técnico impulsionaria imensos projetos de construção neste sentido.
Em 1740, a moda foi o fator propulsor de novas invenções. O Duque de Savoy, imperatrizes na corte russa além da realeza na Dinamarca, Suécia e França estavam instalando além da cadeira voadora, a mesa voadora. Criada para refeições privativas, a mesa voadora era um equipamento empregado para transportar alimentos de um pavimento ao outro em ocasiões onde a presença dos servos não era desejada. Poderia se dizer que este conceito é conhecido hoje como elevador monta-carga ou monta-pratos.
O elevador cadeira também estava presente na França de Luis XV em 1760, onde além de ser usado para o transporte de nobres em castelos, era utilizado no deslocamento de enfermos na casa de saúde, onde podemos entendê-lo como o (precursor do elevador de macas em hospitais). Ou seja, as bases rudimentares para a aplicação destes mecanismos já estavam presentes, a aplicação do mesmo para vários usos foi se disseminando.
IDADE CONTEMPORÂNEA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
No período da Revolução Industrial, com o advento de uma série de invenções, como por exemplo, a máquina a vapor, os motores elétricos e a combustão, as antigas formas de tração conhecidas pela humanidade como a força humana, animal ou da natureza foram gradativamente sendo substituídas pela energia do vapor e logo após, pela da queima de combustíveis fósseis e da eletricidade.
Ivan Kulibin instalou no Palácio Imperial da Rússia em 1793, um elevador com acionamento movido pela tecnologia de “parafusamento’’.
A invenção de um elevador com deslocamento baseado em um sistema de parafuso, rosca sem fim, significou um passo importante na tecnologia de segurança dos elevadores, levando à criação de uma configuração específica neste sentido, porém com suas restrições de velocidade e alcance limitaram a disseminação de seu uso, restringindo-o a poucas situações.
Na Inglaterra, em 1800, com a recém inventada máquina à vapor por James Watt (1736 – 1819), um inglês cujo nome é desconhecido para a história, empregou pela primeira vez no transporte feito com elevadores. Era o início da utilização de uma fonte de tração alternativa independente, que dispensava a força humana, animal ou da natureza predominante até então.
Seu uso inicial destinou-se ao içamento de carvão do fundo das minas. A configuração deste invento revolucionário à época consistiu na instalação de um motor a vapor responsável pelo içamento das cargas através do enrolar e desenrolar de um cabo ao redor de um cilindro, que por sua vez içava as cargas.
Conceitos já conhecidos até então agora eram reutilizados em conjunto com o emprego desta nova força de tração.
Seguindo a mesma linha, em 1823, em Londres, uma plataforma motorizada com capacidade para transportar ao mesmo tempo até 20 passageiros e alcançar a altura de 37 m foi construída por dois arquitetos, Burton e Hormer. A plataforma era designada “quarto ascendente”, e era utilizada para elevar os pagantes a uma vista panorâmica da cidade, como atração turística do local.
Assim iam se descobrindo novas configurações com fins diversos para aplicação. Seu uso podia agora ser observado em prédios, fábricas, minas, teatros e muitos outros lugares.
No mesmo ano, em 1823, Briquet cria o elevador hidráulico, onde um tanque móvel com água funcionava como um contrapeso à cabina, fazendo-a subir e descer pela diferença de peso entre as massas. Seu funcionamento consistia em quando o contrapeso estivesse vazio e no alto, uma bomba a vapor transferia a água para o mesmo de um reservatório fixo no topo da cabina do elevador, fazendo com que a cabina subisse por diferença de massa e vice-versa.
Em 1830, é construído o primeiro acionamento mecânico para elevador em Derby na Inglaterra.
Estes primeiros elevadores da era industrial eram movidos por máquinas a vapor e seus cabos se enrolavam em grandes tambores. A abertura e o fechamento das portas era manual e o controle por válvulas exigia um operador treinado.
Além disto, os primeiros elevadores eram muito lentos. Para se ter uma ideia da ordem de grandeza da lentidão, para que um passageiro fosse, por exemplo, do primeiro ao oitavo andar de um prédio, esta viagem costumava demorar em torno de 2 minutos.
Em 1835, em plena Revolução industrial, o elevador Teagle na Inglaterra tinha a velocidade de 1m/s. Durante décadas foi um aparelho muito eficiente para o transporte predominante de cargas e provisões, além de pessoas.
O problema dos elevadores construídos até 1952 era de que eles não eram seguros para o transporte tanto de objetos como pessoas. Na hipótese de ruptura das cordas que tracionavam as plataformas, a queda geralmente era fatal para os usuários.
Tendo em vista este problema, em 1853, o americano Elisha Graves Otis (1811 a 1861) apresentou na Segunda Exposição Mundial realizada em Nova York, uma invenção que mudaria para sempre as grandes cidades como as conhecemos hoje, tratava-se de um dispositivo de segurança que evitava a queda livre das plataformas, quando eventualmente os cabos de tração viessem a se romper, inventando assim o primeiro modelo de freio de segurança para elevadores, e desta forma sendo reconhecido como o inventor do elevador de segurança, como o conhecemos hoje em dia.
Tal invento possibilitou o transporte seguro de pessoas e objetos, e tornou possível a verticalização das cidades, pois sem elevadores não seria possível a construção de grandes edifícios.
Este primeiro sistema de segurança que viria impedir a queda livre de um elevador em caso de rompimento dos cabos de tração era baseado em trilhos serrilhados por onde corria a plataforma e onde ela seria travada caso a cabina perdesse a sustentação dos cabos. O sistema de tração contava com uma máquina à vapor com dois cilindros verticais situados abaixo do eixo manivela do conjunto.
Imagem ilustrativa ao lado da apresentação do Primeiro Elevador Seguro no Mundo na Exposição Mundial de 1853 em N.Y.
Abaixo segue imagem da Patente do primeiro elevador provido de um freio contra queda.
Obs.: Notem que este sistema de segurança contra quedas protegia apenas o usuário em caso de rompimento dos cabos de tração, portanto, se os mesmos não se rompessem e a cabina viesse apresentar sobrevelocidade na descida, por algum defeito elétrico ou mecanico do sistema de tração dos cabos, os usuários ficariam desprotegidos desta situação. Os sistemas de freio de segurança viriam a evoluir com o tempo assim como o resto do conjunto de peças e componenetes dos elevadores com o surgimento e aplicação de novos conceitos.
Em 1857 é instalado pela E.V. Haughwout em um prédio de 5 andares numa esquina da Broadway em N.Y. o primeiro elevador para o transporte de passageiros com o sistema conjunto de tração de força independente, a máquina à vapor, associado a um freio de segurança. O elevador tinha a capacidade de transportar 450 Kg ou (6 pessoas) e alcançar a velocidade de 0,2 m/s (1 metro a cada 5 segundos), ou seja, as bases do elevador moderno estavam lançadas.
Em 1867 é lançado o modelo de Miller onde o sistema de propulsão localizava-se sob a plataforma.
Em Paris, na exibição universal de 1867, Leon Edoux apresenta o primeiro elevador hidráulico de segurança, com um sistema de correntes que passava pela base do pistão.
Até 1872 os elevadores hidráulicos necessitavam de um pistão do tamanho do percurso que desejassem percorrer e uma profundidade igual na terra para instalá-los. Na busca racional da redução de custo e espaço para tornar competitiva a instalação dos mesmos, foi inventado o elevador hidráulico do tipo indireto horizontal ou vertical. Esta invenção permitiu, além de se conseguir uma redução no tamanho do pistão à metade do tamanho do percurso desejável, que o elevador hidráulico com sistema de tração denominado 2:1 (dois para um), deslocamento de 2m de cabina para cada 1 (um) metro do pistão, utilizasse uma maior quantidade de cabos de tração, tornando-o ainda mais seguro do que o modelo com tambor.
Um ano antes, ainda em 1871, um fato relevante deu impulso à indústria de elevadores nos U.S.A, um incêndio na cidade de Chicago destruiu em torno de 18.000 prédios. A cidade reergueu-se em seguida guiada por um ambicioso plano de reestruturação, o que a fez se tornar a cidade berço dos arranha-céus. Para se ter uma ideia da importância do fato, nem havia feito 30 da sua destruição, em 1900 havia mais edifícios em Chicago do que no resto dos U.S.A., e com os edifícios vieram em massa os elevadores.
Hoje em dia Chicago abriga um dos prédios mais altos do mundo, a Sears Tower com 108 andares e 445 m de altura, atualmente o edifício mais alto dos U.S.A. e o quinto mais alto do mundo. Chicago também é a única cidade do mundo com mais de um edifício contendo mais de 100 andares. À época da publicação destes dados, Chicago possuia 91 edifícios com ao menos 152 metros (500 pés) de altura, com 16 mais em construção. O teto aéreo da cidade de Chicago era o segundo maior nos Estados Unidos, atrás apenas de Nova Iorque. No presente, Chicago possui 1 105 edifícios concluídos. Baseado na altura média dos dez edifícios mais altos por cidade já concluídos, Chicago possui o teto aéreo mais alto do mundo.
Retomando nossa viagem no tempo, em 1874, J. W. Meaker com a patente de número 147.853, nos EUA, registrou um método que permitiu portas do elevador para abrir e fechar com segurança.
Em 1876 Turner fabrica e Instala um elevador do tipo Paternoster ou Contínuo no Correio de Londres. O sistema consistia em uma cadeia de compartimentos abertos que se movia em ciclos, para cima e para baixo.
Assim, sem contar com portas ou botões indicando os andares, o equipamento nunca para, e as pessoas sobem e descem enquanto os compartimentos se encontram em movimento. Apesar do Paternoster contar com sistemas de segurança que paralisam o elevador em caso de acidente, um sistema destes é impensável nos dias de hoje e está praticamente extinto. Um dos poucos lugares onde ainda é possível vê-lo em funcionamento é na Universidade de Sheffield, na Inglaterra.
Em 1880, na Feira de Indústria de Mannheim na Alemanha, é apresentado o primeiro elevador movido a motor elétrico, construído por Werner Von Siemens e Hulstie. Este elevador tinha a capacidade de percorrer uma torre de 20 metros de altura em 11 segundos. Funcionava através do princípio de enrolar e desenrolar os cabos em um tambor e o peso da cabina era compensado por um conjunto de dois contra-pesos, utilizando um motor elétrico de corrente contínua.
Em 1884 é instalado em Massachusetts, nos EUA, um elevador elétrico pelo pioneiro Frank J. Sprague, cuja importância do invento dava-se pelo fato de que a velocidade de deslocamento contratada era mantida constante, independentemente da carga transportada.
Em 1885, é erguido o Home Insurance, um prédio de 10 andares com 42 m de altura localizado em Chicago nos USA, não era a estrutura mais alta da cidade, mas foi o primeiro a usar aço estrutural e ser chamado de arranha-céu. Sua importância deve-se não pela altura, mas sim pela engenharia empregada, que utilizou como elemento estrutural um esqueleto de aço, o primeiro do mundo no gênero. Isto daria grande impulso a construção civil, e por consequência, a indústria de elevadores nos U.S.A.
Em 1886, o engenheiro austríaco Victor Popp, cria uma rede de ar comprimido em Paris a qual fornece a energia para relógios públicos e elevadores, substituindo o sistema hidráulico pelo aero-hidráulico, inventando assim a propulsão aero hidráulica.
Na crescente ordem de desenvolvimento, em 1887 são instalados elevadores elétricos na estação ferroviária de Frankfurt na Alemanha. No mesmo ano em Baltimore nos U.S.A. Willian B. Junior instala o primeiro elevador elétrico nos U.S.A.
Em 1888, Charles Pratt (engenheiro mecânico) une-se a Franfk Sprague (engenheiro elétrico) e constroem juntos um sistema de tração patenteado como o elevador Sprague-Pratt, que evolui até atender a necessidade de um elevador para os arranha-céus da época, um sistema veloz e com mínima vibração.
Em 1889, a torre Eiffel é inaugurada contendo 5 elevadores hidráulicos, dois equipamentos inclinados instalados pela Otis, 2 Roux-Combaluzier e 1 duplo Edoux.
Também em 1889 a Cia Otis instala e põe em funcionamento, disponibilizando para o público, o primeiro elevador elétrico de utilização comercial no Desmarest Building, em N.Y. Um motor elétrico produzia o movimento necessário ao deslocamento da cabina por um sistema de engrenagens, que mais tarde, em 1903, veio a ser substituído por um sistema de contrapeso deslizante.
Até 1898 os primeiros elevadores da era moderna eram predominantemente hidráulicos. A partir desta data, nem passados ainda 10 anos da instalação do primeiro elevador elétrico, os elevadores eletromecânicos passaram a predominar no mercado.
Em 1899, o primeiro elevador de Corrente Alternada é desenvolvido pela Sprague-Company.
Os sinais do crescimento da indústria de elevadores se revelavam pelo aumento na altura dos prédios. Em 1902 são instalados 6 elevadores no Flatiron Building, um prédio de 20 andares em Nova York nos USA.
Em 1903 os sistemas de engrenagens começavam a dar lugar aos sistemas constituídos por um contrapeso deslizante.
Em 1907 na Espanha, depois em 1908 na Suíça e em 1912 no Brasil são instalados os primeiros teleféricos.
Em 1919 o elevador hidráulico tornou-se óleo-dinâmico, ou seja, passou a utilizar óleo ao invés de água como propulsor.
Em 1929, Clarence Conrad Crispen criou o primeiro elevador residencial. Crispen também inventou a primeira cadeira elevatória inclinada.
A partir de dado momento não são mais as grandes construções que impulsionam o desenvolvimento da tecnologia de elevação, mas sim o contrário, o domínio da técnica nos equipamentos de transporte vertical abre espaço para uma corrida na construção civil por prédios cada vez maiores e mais altos. Veem-se então sucessivas construções de prédios mais altos sucedendo os seus antecessores.
Exemplo clássico do que foi dito anteriormente pode ser observado em 1931 com o Empire State Building, em Nova York nos U.S.A., onde foram instalados 67 elevadores, em um edifício com 102 andares, naquele momento o prédio mais alto do mundo, e permaneceu assim por mais de 40 anos até a construção da torre norte do World trade Center em 1972. Estes elevadores empregavam basicamente o mesmo modelo usado até os dias de hoje, um motor elétrico, situado numa casa de máquinas em cima ou embaixo do fosso, movimentando uma cabina ligada a um contrapeso por meio de cabos de aço que eram tracionados por uma polia acoplada a um motor, com todo o seu sistema automatizado, bastando apertar um botão para dar sequência ao movimento.
Não se sabe ao certo quem fabricou ou quando surgiram os elevadores garagens, os registros são escassos. Existe, porém, um registro fotográfico de um elevador garagem do ano de 1936 instalado na cidade de Chicago nos U.S.A.
Em 1950, em Dallas (Texas) USA, foram fabricados e instalados os primeiros elevadores comercias com portas automáticas e sinais sonoros que dispensavam a presença de um ascensorista. A novidade causou estranheza aos usuários na época, mas com o tempo as pessoas passaram a se acostumar com os elevadores automáticos, sem o ascensorista.
A figura do ascensorista, no primeiro quarto do século XX, tinha como função conduzir o elevador. O ascensorista atuava sobre um comando manual; verificando se havia pessoas nos andares e fazendo a cabina parar para atendê-las. O ascensorista era uma parte do elevador, assim como os motoristas de ônibus o são hoje em dia para o transporte público. As pessoas estavam acostumadas a receberem boas vindas ao entrar em um elevador, a serem informadas sobre as atividades de cada pavimento, enfim a serem conduzidas por eles.
Em 1952 é registrada a primeira patente de um sistema eletrônico que puxava um carro para dentro de uma cabina. O sistema evolui para os elevadores automotivos dos edifícios garagem. O elevador automotivo empregado em edifícios garagens passou a ter a configuração de um elevador-plataforma, sem portas e com laterais para a proteção dos motoristas.
Em 1973 em N.Y nos U.S.A são inauguradas as Torres Gêmeas do World Trade Center com 110 andares e 244 elevadores.
Ainda no mesmo ano, em 1973 em Chicago nos U.S.A, é inaugurada a Sears Tower (atualmente chamada Willis Towers) com 110 andares e 103 elevadores.
Em 1989 lança-se no mercado o elevador linear Sem Casa de Máquinas onde a máquina de tração do equipamento é instalada dentro da caixa de corrida, não havendo necessidade de um espaço específico para a instalação dela, gerando com isso um ganho de espaço na altura dos prédios.
Em 1992 é lançado o elevador helicoidal de muita aceitação na Europa, cujo movimento da cabina no eixo é equivalente ao de um parafuso numa porca. São os velhos conceitos sendo remodelados.
Elevadores atuais são capazes de atingir a velocidade de 550 m/min, isto significa dizer que são 45 vezes mais rápidos do que os seus antecessores.
Em 1993 foi concluída a instalação do elevador mais rápido do mundo até então, um elevador com uma cabina aerodinâmica que se movimenta com uma velocidade de 12,5 m/s, um edifício com 79 elevadores com um percurso de 267 m, na Torre Landmark, no Japão.
Os futuros elevadores mais rápidos do mundo estarão disponíveis a partir de 2016, no Guangzhou CTF Finance Centre, um arranha-céus em Guangzhou, República Popular da China onde os mesmos serão capazes de atingir 72,4 km/h, aproximadamente 20 m/s ou 1200 m/min, subindo do primeiro piso ao piso 95 em 43 segundos.
Em 1997 foi lançado na Alemanha um elevador modular para prédios de até 7 andares. Um equipamento pré-montado propiciando um tempo de instalação extremamente reduzido por não necessitar da construção do ambiente da casa de máquinas, estando tanto o quadro de comando como o motor posicionados sob a cabina, com contrapesos movimentando-se dentro das guias ocas de alumínio e a cabina movimentando-se através da aderência das rodas nas guias.
INOVAÇÕES MAIS RECENTES
Até antes da Segunda Guerra Mundial, andar em um elevador era algo desconfortável que causava inclusive insegurança entre os usuários, a cabina andava aos solavancos com frequência, vibrava muito durante as paradas e geralmente parava desnivelada com relação ao pavimento desejado.
O atual estágio de desenvolvimento tecnológico permitiu a elaboração de elevadores cada vez mais sofisticados e com um crescente número de operações para atender aos usuários.
Para que se pudesse alcançar os atuais estágios de desenvolvimento de produto, os sistemas de comando dos elevadores passaram por várias modificações. As empresas guiaram-se pelo desenvolvimento de um produto que visasse maior conforto no menor tempo de viagem, com uma melhora no tráfego de passageiros do edifício sem prejuízo à segurança dos mesmos. Microprocessadores passaram a substituir enormes quadros de comando baseados em chaves eletromagnéticas, permitindo assim uma miniaturização dos comandos e uma melhoria de performance com uma maior confiabilidade.
Depois de evoluir de quadros de comandos eletromecânicos (relés) para microprocessadores, os dispositivos e funções de comando estão se tornando cada vez mais “inteligentes” e capacitados para se autodiagnosticar e até mesmo corrigir eventuais falhas de maneira remota, on-line.
As empresas fabricantes buscam, de forma constante, novas tecnologias, especialmente para o gerenciamento de tráfego em hotéis, edifícios comerciais mistos (e residenciais de percurso médio para cima).
À partir dos anos 2000 surgiram tecnologias que passaram a trabalhar com o conceito da INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, e onde os elevadores podem atingir velocidades acima 15 metros por segundo, utilizam como elementos de tração cintas flexíveis no lugar dos cabos de aço, empregam programas de inteligência artificial para lidar com grandes fluxos de pessoas para melhorar o desempenho do tráfego intenso nos grandes edifícios, controlado-o por um sistema chamado learnig que estima o número de passageiros a cada viagem e determina dinamicamente o perfil de tráfego do edifício ao longo do processo. Utilizando-se de um poderoso processo e complexa matriz de cálculos matemáticos, um sistema especial escolhe o melhor carro, baseado na identificação do padrão de tráfego.
Além disto utilizam-se de motores menores, mais silenciosos e mais econômicos, dispensam a construção de casa de máquinas, possuem movimentação suave e acelerações e desacelerações gradativas, sem solavancos e uma precisão de posicionamento milimétrica.
Os motores estão cada vez mais potentes com a utilização de imãs permanentes. A interação entre tecnologia de motores com a microeletrônica tem sido objeto de pesquisa permanente, assim como a busca de ligas especiais de aço carbono, que permitam a comercialização de cabos de tração com menor diâmetro e maior resistência.
Os elevadores agora podem ser conectados a uma rede responsável pela interconexão com a sua manutenção e, se, por exemplo, ocorrer algum problema, sensores captam a anomalia que é enviada para uma central, que pode, dependendo do defeito, corrigi-lo remotamente, ou então acionar o envio de um técnico até o local.
E com a evolução da tecnologia, os equipamentos vão ficando cada vez menores, possibilitando o ganho de espaço, redução de peso e, acima de tudo, geração de economia.
As telas de exibição digitais podem indicar o tempo, a hora ou até mesmo transmitir mensagens que orientem os passageiros com relação a problemas de equipamento, informando-os sobre o que fazer em tais casos.
A Escalada Rumo ao Topo do Mundo: